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Apartamento Layza e Marcelo

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O casal natural de Manaus divide a vida entre sua cidade natal e a capital paulista. Para findar a rotina de hospedagem em hotéis, resolveram investir em um apartamento em São Paulo, nas imediações da Avenida Paulista. Mas o imóvel não atendia as necessidades e nem revelava a personalidade dos moradores – mesmo não sendo a morada principal, era fundamental sentir-se em casa com um décor que apresentasse traços de suas personalidades tão definidas.

Para iniciar a transformação do imóvel de 60 m², a primeira providência partiu da certeza sobre a integração entre cozinha e sala de estar, pois os moradores adoram cozinhar e interagir com quem estiver com eles. Ao entrar no apartamento, a adega com cristaleira foi pensada também para servir como apoio para as chaves e correspondências. Na parede contrária, os penduradores para bolsas e casacos dão o ar de hall.

O caminho da entrada até a cozinha foi todo revestido em porcelanato, assim,  setorizamos a área de cozinhar e jantar. O piso que escolhemos remete a um tipo de granilite e compõe muito bem com o piso de madeira da construção original que está no restante do apê.

A cozinha tipo corredor ganhou marcenaria sob medida com acabamento na cor azul e  madeira nas bordas e laterais. Também incluímos prateleiras superiores em serralheria; elas imprimem agilidade e são bem descontraídas. No espaço da pia, o frontão foi concebido com pastilhas que criaram uma composição geométrica bastante interessante para o espaço. A bancada com pia, produzida com quartzo é extensa de forma proposital: além de formar a mesa, revelou-se primordial para os momentos gastronômicos do casal. Nossa aposta foi juntar tudo e usar cadeiras mais altas para usar na hora das refeições.

Sem esquecer da praticidade de uma área de serviço em casa, a máquina foi embutida na marcenaria, deixando apenas a cuba de serviço à vista. Um segundo banheiro foi construído, para apoio quando o apê estiver mais ocupado com as visitas que pretendem receber.

Uma sacada interessante foi termos criado uma “varanda técnica”, dessa forma resolvemos um problemão: como o condomínio não permitia que a fachada do prédio fosse modificada, essa solução ocupou um pedaço da área útil do imóvel, mas foi de extrema importância para atender o desejo do ar-condicionado solicitado pela moradora.

Para o estar do imóvel, pensamos na base com dois tosn de cinza, ambos são muito discretos  para que outros pontos fossem evidenciados. O grande sofá de couro agregou aconchego e elegância, uma atmosfera natural completada com o piso de madeiral original. Produzido artesanalmente, o tapete Kilim também contribuiu para uma perspectiva mais humana, contrapondo com a frieza dos cinzas. Os quadros em cores complementares, de azul e laranja, deram um visual bem contemporâneo. Com o propósito de uma essência mais intimista, a iluminação permite que o morador aplique o melhor cenário para cada momento.

Nos dormitórios, os guarda-roupas originais foram reaproveitados, já que foram realizados sob medida pelo antigo proprietário e estavam em perfeitas condições para continuidade do uso.  O quarto de visita pode acomodar, com comodidade, até quatro pessoas com as bicamas escolhidas para o ambiente. Já o dormitório do casal se configurou em um desafio para nós. Na configuração anterior do imóvel, a posição da cama dificultava a circulação, era muito ruim. Giramos tudo, agora a cabeceira já se apresenta logo na entrada e se destaca por sua tapeçaria. Destaca-se também o painel de parede assinado pela designer Calu Fontes, que foi o caminho para a paleta de cores escolhida para o quarto. Adoramos o recorte da sanca; ela segue até uma parte do painel e o “rasgo” também se ilumina.

Durante as muitas conversas que tivemos, a vontade de ter um jardim foi apresentada algumas vezes com certa dúvida, pois o apartamento não é habitado todos os dias. Pensamos, então, em um jardim vertical dentro do box do banheiro, que por sua vez recebeu um mecanismo de irrigação autônomo que funciona a partir de uma programação independente dos moradores. A decisão – que pode soar diferente em uma primeira impressão – valeu-se da iluminação e circulação de ar presentes no banheiro e estratégicas para manter as espécies. Fugindo do tradicional branco, o revestimento que imita cimento queimado foi uma solução interessante que combinou com o armário terracota.