Sai ano, entra ano, é sempre uma delícia identificar quais as cores, as estampas e os acabamentos que vão predominar na próxima temporada e prometem influenciar a estética da casa.
As tendências da decoração costumam ser reflexo do humor e dos desejos da sociedade. Por isso, nem sempre dá para fugir delas, mas identificá-las e compreender como podemos usá-las nos ambientes é um jeito interessante de deixar a casa sempre na moda.
Pesquisas realizadas por institutos e empresas experts em tendências, agências de propaganda, psicanalistas, antropólogos e outros experts sobre o assunto comprovam que os brasileiros vêm mudando os hábitos e a maneira de enxergar e usar o lar. A relação com móveis, objetos e o próprio espaço em si não é a mesma de antigamente e cada vez mais os ambientes, a arquitetura e a decoração precisam estar associados a experiências e sensações. Dos diferentes materiais que coletamos, chegamos às cinco tendências abaixo.
1. Moradias Compactas
Seja pela ausência de terrenos, sobretudo em megalópoles como São Paulo, seja pelo valor do metro quadrado e pela vontade de gastar menos dinheiro com a manutenção do imóvel, os apartamentos enxutos viraram uma realidade e, juntamente das microcasas, compõe o primeiro tema, que batizamos de Moradias Compactas. Viver em lugares pequenos, como escolha, sugere a busca por aconchego, continência e recolhimento. É um momento de repensar os espaços e a vida, fazendo seleções básicas considerando o design thinking. Flores, vasos, plantas, jardins e quintais apresentam uma solução para cada tamanho de ambiente.
Os estúdios e os microapês, em que as áreas comuns dos prédios são bem generosas e estimulam uma maior interação dos moradores, consagraram um estilo onde menos espaço significa ganhar qualidade de vida. Estamos buscando cada vez mais liberdade, saindo do conceito de compartimentos para a queda das barreiras físicas.
2. Invasão verde
A força da natureza e o desejo de dispor de porções de verde sempre por perto configuram o grupo apaixonado pela natureza. Cultivar plantas e ervas oferece uma fuga terapêutica para os estilos de vida ocupados. Elas contribuem para níveis de estresse reduzidos e ambientes mais calmos. Cuidar de plantas ou animais supre um afeto básico, como a necessidade de experiências simples, mais leves que as relações de trabalho ou amorosas. Dentro de casa podemos dizer que esse reflexo se dá também no uso de tecidos naturais, além das plantas.
Paredes verticais e jardins de vasos são algumas das soluções mais recorrentes para quem não abre mão de um pedacinho de verde por perto. Aqueles que valorizam esse estilo compreendem o potencial do feliz encontro cultural entre ecologia e qualidade de vida. Mais do que dispor de pequenas ou grandes porções da natureza nos espaços, há as pessoas que também levam muito a sério o respeito ao meio ambiente, apostando apenas em materiais e peças com apelo sustentável para compor a decoração.
3. Memória afetiva
A poltrona da avó, o banquinho de um antiquário, o revestimento com visual desgastado e outras memórias que transformam o espaço num verdadeiro lar dá forma à tendência que engloba o design afetivo. O interesse está em buscar uma lifestyle com mais significado, caminhando para uma estética menos ornamentada. Podemos concluir que o design afetivo nada mais é que construir um valor para as coisas, além da estética. O grande segredo está em buscar a verdade seja de um objeto ou móvel, enxergar uma poesia. A casa, mais do que nunca, vira o nosso porto-seguro, onde a decoração apresenta uma forte ligação com a nossa trajetória de vida. Expor fotos, peças de viagens e itens que contem a nossa história será ainda mais importante.
Valorizar as memórias é tudo o que se quer numa ambientação em que o design de móveis e objetos vai muito além da estética. A inspiração das décadas de 60 e 70 está em alta, com grafismos e cores características da época. Uma combinação do passado com o moderno, do contido com o glamuroso também dão forma a esse jeito de morar contemporâneo. As manchas, as marcas do tempo e as imperfeições dos materiais ajudam a contar histórias e é justamente esse envelhecer que deixa tudo tão belo.
4. Receber e festejar em casa
O prazer de ter os amigos e a família sempre por perto, interagir e se divertir sem atravessar a porta de entrada compõe o jeito de viver com estilo festa em casa. O lar pode ser um refúgio num mundo que é uma constante balada. Aqui, podemos enumerar vários porquês desse estilo de vida, como o medo de violência, custo do lazer, mas, sobretudo, a necessidade de recolhimento.
Nos lares que funcionam como clubes, jantares, baladas, petit comitê, pequenas e grandes recepções para a família e os amigos acontecem com frequência. Quanto mais amplos e integrados os ambientes, melhor, tudo para garantir a diversão das visitas. Também entram em as luzes indiretas e coloridas e a decoração com toque lúdico. Os momentos de compartilhamentos pedem a flexibilidade espacial e abre lugar para objetos e peças multifuncionais. Existe uma grande necessidade por ambientes dinâmicos dentro de casa. Móveis de múltiplas funções ganham destaque.
5. Decorar sem regras, sem medo
Verde combina com rosa? Posso usar listras e estampas florais num mesmo lugar? Almofadas de bolinhas ficam bem num sofá colorido? Se essas não são, definitivamente, as suas preocupações na hora de decorar, você pertence ao grupo misturar sem medo. Neste cenário é enfatizada a dimensão do ‘storytelling’, onde as pessoas almejam a sua busca existencial, sempre mesclando estímulos, contos e histórias através do gosto pessoal.
Profusão de tonalidades, mix de estampas, formatos e estilos, que dão bossa e personalidade ao ambiente, integram o perfil das pessoas de espírito livre, despreocupadas em combinar tecidos, almofadas e outros detalhes da decoração. Geometrias organizadas tornam as nuances intensas mais fáceis aos olhos, enquanto o contraste ajuda a definir e separar os padrões. A mistura de cores e estampas é uma tendência contínua e torna-se ainda mais colorida e intensa em 2019.